Fiquei sem forças.. a vontade de desaparecer apoderou-se de mim.. Ando à dias fechada em casa (
nem o conto como sendo um luxo)...a tentar evitar o mundo, a tentar evitar-te, a dar-te espaço de mim mesma...para conquistares o mundo, reaprenderes a viver sem mim...mas estou farta de cá estar.
Por mais que te abra as mãos e te deixe voar.. tu voltas e conquistas-me com coisas como "nunca vou desistir de lutar por ti" "vou lutar por ti até ao meu último segundo de vida, porque és tu quem eu quero" "a vida não faz sentido mesmo que estejam aqui todos os outros porque tu não estás aqui"... Roubas-me sorrisos com isto sabes? Merecias cadeia por furto!
E quando estou prestes a desistir, quando não tenho mais forças, depois de tanto te evitar, até nesse momento tu sabes o que eu quero, o que eu penso, o que eu preciso e mandas-me mensagem "Este fim de semana vamos de férias, só tu e eu, precisamos de espairecer..já não aguento este ar pesado, e tu também não, eu sei". E que hei-de eu fazer? Um fim de semana fora era tudo o que eu precisava, e por mais que quisesse não consegui dizer que não. Deixaste-me o destino e as marcações em mãos, e eu tratei de tudo...nem pensei...como se de uma fuga ao mundo real se tratasse...quando o meu corpo suplica por isso e a minha alma também...
Mas dou por mim, agora, com tudo reservado a pensar o que vai ser de mim amanhã por esta hora deitada ao teu lado? De mim, não de ti. Tu vais-me respeitar, e não me vais tocar, eu sei-o... Mas eu vou estar a morrer e a pedir-te em silencio que me toques, que me abraces, que me beijes, que me enxugues estas lágrimas que teimam em cair, enquanto estou deitada a teu lado, enrolada em mim mesma, tentado impedir-me de te abraçar... Porquê? Porque não sei o que sinto por ti na realidade, e sei que esta inconstância te magoa mais que a mim...
Mas no fundo? No fundo? Toca-me...por favor! Toca-me... Beija-me como me beijaste tanta vez...e me deixaste apenas sentir o beijo de mente vazia... Deixa-me sentir o teu cheiro, não o perfume, o teu cheiro, o cheiro do corpo que me refugiou tanta vez, e me
apaziguou a alma... Ama-me, uma, outra e outra vez...como se amares-me fosse o meu único sossego! Ama-me, durante horas, nem que pareça somente sexo, do puro, mas ama-me... E no fim, deixa-me abraçar-me a ti e adormecer enrolada nos teus braços sem que notes as minhas lágrimas que teimam em queimar-me o peito...e destruir-me por dentro... Mas não me peças nada...não me peças sorrisos, nem histórias, nem linhas de pensamento... Não sei de mim...muito menos de tudo o resto...